Detalhamento do "orçamento secreto" revela desprestígio do RN como destino de emendas
- Daniela Freire
- 13 de jun. de 2022
- 2 min de leitura
Estado potiguar está entre os que receberam menos verbas, o que fragiliza discurso de ministros sobre montante inédito de recursos federais destinados ao RN por Bolsonaro


Uma matéria publicada no início desta semana pelo portal G1 mostrou enorme desigualdade na destinação dos recursos do governo Bolsonaro através do orçamento secreto aos estados brasileiros e apontou que o RN ficou para trás nessa partilha, comparando o número de habitantes do Estado e o valor recebido até agora.
Os dados, que foram repassados - em parte - ao STF pelo Congresso Nacional, por determinação do próprio tribunal, indicam que o Estado potiguar está entre os menos favorecidos pelas emendas do relator incluídas nos orçamentos de 2021 2022, apesar de ter dois ministros - Fábio Faria (Comunicações) e Rogério Marinho (ex-Desenvolvimento Regional) - que vivem alardeando que o RN nunca recebeu tantas verbas federais como na gestão bolsonarista.
Com cerca de 3,5 milhões de habitantes, o RN recebeu pouco mais de R$ 130 mil em emendas do orçamento secreto - de uma parcial de R$ 10,9 bilhões (discriminados pelo Congresso) dentro do total de R$ 37 bi. Ou seja, uma média de R$ 37,13 por morador do RN. Comparando com Roraima, por exemplo, é possível ter noção da assimetria: mesmo com cerca de 650 mil habitantes, o estado do Norte angariou nada menos do que R$ 450 milhões em emendas de relator, ou R$ 679,93 por morador.
Diante dos dados parciais apresentados pelo Congresso, parece que o RN não teve tanta sorte assim em ter dois ministros no governo Bolsonaro, como também avaliou o presidente da Assembleia Legislativa e do PSDB, deputado Ezequiel Ferreira.
Além da desigualdade na distribuição 'per capita' dos recursos, a reportagem do G1 indica que os maiores beneficiados com as emendas são juntamente partidos aliados do governo e estados cujas lideranças políticas são apoiadores de Bolsonaro.
"Entre os senadores que apresentaram dados ao STF, os campeões de indicações são o próprio relator do Orçamento de 2021, Márcio Bittar (União-AC), e Eliane Nogueira (PP-PI), mãe e suplente do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI)", diz a reportagem, que destaca que "Bittar e Eliane indicaram, respectivamente, R$ 460,3 milhões e R$ 399,3 milhões em 2021". "Somadas, as emendas dos dois parlamentares superam o orçamento previsto para a Defensoria Pública da União (R$ 607,83 milhões), o Supremo Tribunal Federal (R$ 712,4 milhões) e até a Presidência da República (R$ 815,14 milhões) no ano passado", ressalta o portal.
Leia a reportagem na íntegra:
https://g1.globo.com/politica/noticia/2022/05/14/orcamento-secreto-dados-enviados-ao-stf-evidenciam-desigualdade-de-repasses-entre-estados-entenda.ghtml
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